No Brasil, três imunizantes seguem em análise — com autorização para recrutar 25.000 participantes
Com aplicação de doses nos voluntários iniciada no último dia 9, a Johnson & Johnson comunicou a pausa dos estudos no Brasil nesta terça-feira, 13. A razão da parada foi um efeito adverso grave detectado em um participante das pesquisas.
Diante da interrupção nos trabalhos da Janssen-Cilag — braço farmacêutico da Johnson & Johnson — seguem na última etapa de testes, o chamado ensaio clínico Fase III, outras dez vacinas para Covid-19.
Os laboratórios responsáveis são: Moderna, Pfizer e BioNTech, CanSino Biologics, Instituto de Pesquisa Gamaleya, AstraZeneca, Novavax, Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, Sinopharm, Sinovac Biotech e Murdoch Children’s Research Institute. Destes, três receberam aval para realizar ensaios no Brasil. São eles: Astrazeneca, Sinovac Biotech e Pfizer (além da Johnson & Johnson, que acaba de ser interrompida)
Ao todo, 25 000 brasileiros deverão participar dos esforços científicos, mediante a autorização já concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O fato de uma vacina encontrar-se na Fase III não significa que está prestes a ser aprovada. Muitas experiências dão errado nessa reta final.
Mesmo assim, o governador paulista João Doria (PSDB) aposta que a Sinovac estará sendo distribuída no país antes do final de 2020. Os poucos efeitos colaterais apresentados pelos voluntários da vacina chinesa até aqui ajudam a sustentar o otimismo do político tucano. Fabricantes como Astrazeneca e Pfizer preveem o fim dos estudos de seus imunizantes ainda neste ano. Outros 29 testes estão em curso na Fase I e outros catorze na Fase II. Estudos em laboratórios sem humanos — ou seja, pré-clínicos — totalizam 92 pesquisas.
É possível dizer que estão em estágio mais avançado no país as vacinas de Oxford (com o laboratório Astrazeneca) e a Sinovac Biotech — as primeiras a iniciar os estudos por aqui — e que já deram os primeiros passos no processo de registro do imunizante junto a agência reguladora brasileira. Essa aprovação fundamental, no entanto, se dará em esquema faseado, o que não quer dizer que a liberação está prestes a acontecer. A autorização que a população receba estas vacinas só ocorrerá quando os laboratórios conseguirem comprovar segurança e eficácia dos imunizantes, o que só será possível em fase mas avançadas do estudo.